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A FERTILIZAÇÃO “IN VITRO” E INSEMINAÇÃO ARTIFICFIAL

Por   /  5 de março de 2024  /  Sem comentários

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              Poderá um casal cristão beneficiar da ciência, recorrendo à fertilização “in vitro” e inseminação artificial para obtenção de um filho?

Como sabemos, a Ciência conseguiu resolver o pro­blema da infertilidade ou infecundidade. Agora, a ques­tão que eu coloco é a se­guinte: Poderá um casal cristão beneficiar da Ciência, recorrendo a fertilização “in vitro” e inseminação artificial para a obtenção de um filho?

Naturalmente que todos nós, sejamos cristãos ou não, podemos e devemos benefi­ciar do avanço cientifico e progresso tecnológico. Excetua-se alguma situação cujos processos ou conse­quências colidam com os nossos princípios éticos, mo­rais ou espirituais.

Se analisarmos os textos bíblicos, verificamos que o mesmo Deus que disse “Frutificai e multiplicai-vos” (Gn 1 28) também advertiu: Não adulterarás” (Ex 20:14; Dt 5 18). Por aqui se vê que nem todos os processos de multi­plicação e procriação serão lícitos diante do Criador.

A esterilidade é um pro­blema antigo. A Bíblia, como é o Livro da Verdade, refere que perante tais situações as pessoas decidiram de modos distintos. Porém, aqueles que recorreram ao Criador para resolver a situação, como Ana (1 Sm 1:11) e Manoá (Jz 13 3) tiveram êxito (e filhos). Em contrapartida, os que utiliza­ram outros métodos como Sara (Gn 16:2) arranjaram uma enorme quantidade de complicações e dificuldades (Gn 16:15).

Biologicamente, todos os seres humanos têm um pai e uma mãe que são, respectivamente, os fornecedores do espermatozoide e do óvulo para a formação do ovo ou embrião do futuro bebê. Se um dos cônjuges não conse­guir produzir a respectiva semente é lógico e intuitivo que não será o progenitor de nenhum bebé. Poderá, isso sim, fazer a adoção de uma criança, às vezes a médio prazo, caso ela ainda não haja nascido, o que poderá arras­tar enormes complicações futuras.

Foi Deus que instituiu o casamento entre um homem e uma mulher (Gn 1:27; 2:24) é exatamente nessa união que reside a base fundamen­tal para o desenvolvimento familiar. Todavia, nem sempre o casal, consegue transmitir vida a novos seres devido a certas incapacidades físicas, tanto da parte masculina como feminina

Ora, a Engenharia Genética veio em socorro da Humani­dade, desenvolvendo-se de modo a produzir os tais chamados “milagres” cientí­ficos. Assim, a fertilização “in vitro” consiste na extração de um óvulo feminino que depois é fecundado, labora­torialmente, com sêmen (masculino) dentro de um tubo de ensaio ou proveta. Da união, fecundação ou fertili­zação do óvulo com o espermatozoide resulta o ovo ou embrião que será depois injetado ou inseminado no útero da mulher que pode até não ser a verdadeira mãe (dadora do óvulo).

Este processo clínico tem a vantagem, relativamente aos métodos clássicos ou tradicionais, de ajudar alguma esposa que possua alguma obstrução genital. Porém, a fertilização e inseminação fo­ram mais longe ao mistura­rem sementes de pessoas que não estavam ligadas matrimonialmente. Começou as­sim, o designado “adultério clínico”, o qual tem prolife­rado exageradamente.

‘Em consequência de todas estas facilidades laboratoriais, surgiram então os bancos de sêmen congelado, mães alu­gadas por dez mil dólares, pais emprestados, etc., que têm produzido bastantes do­res de cabeça aos juízes americanos. Por exemplo, uma viúva lembrou-se de ter um filho do marido que fale­cera dez anos atrás. Pediu autorização aos tribunais para ser encimada com a se­mente que o marido havia fornecido ao banco de sêmen, enquanto vivia. E assim nas­ceu o primeiro bebé cujo pai morrera quase onze anos an­tes! Certamente que este as­sunto terá sido registado no “Guiness Book”!

A minha opinião pessoal é que o casal poderá fazer tudo ao seu alcance para a obten­ção de um filho, incluindo tratamento clínico, repouso absoluto durante a gravidez, etc. Refiro-me à obtenção de um filho legítimo, filho dos dois cônjuges. Recorrer a uma terceira pessoa, conhecida ou desconhecida, não faz sentido e não passa de uma adoção. pelo menos para um dos elementos do casal. E por falar em adoção, por que não adotar uma criança, já nascida, cujos pais tenham morrido ou abando­nado a mesma? Tantas cri­anças a espera de uma família e de um lar, enquanto vários casais entretêm-se com complicadas operações ge­néticas!

Recorrer a bancos de sê­men para a obtenção de um filho de qualquer maneira e a qualquer preço, não é a me­lhor solução. Há quem o faça com a promessa de sigilo, mas depois o escândalo re­benta como aconteceu em 1992, quando se soube que o diretor clinico de um banco de sêmen era o pai de 120 fi­lhos “As mães adulteras” fi­caram escandalizadas por se tornar conhecido o escândalo que elas haviam praticado! Processaram então o pai dos 120 filhos. O qual poderá ser condenado em 120 anos de prisão ou até ser considerado inocente! Tudo pode aconte­cer neste pobre mundo per­vertido.

Não adianta esconder o pecado porque o Diabo tapa com uma mão e destapa com a outra”, como diz um pro­vérbio popular. A Bíblia as­segura: “Não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz” (Lc 8:17). Deus sabe todas as coisas Toda a nossa vida está nua e patente diante do Se­nhor Como a Bíblia refere: Aquele que fez o ouvido, não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? Aquele que argui as gentes não casti­gara? E o que dá ao homem o conhecimento, não sa­berá?” (SI 94:9,10)

Mais tarde ou mais cedo o escândalo rebenta, seja ele de que gênero for. Estamos no tempo dos escândalos políti­cos, financeiros, genéticos, religiosos, etc. Diz a Bíblia: “Ai do mundo, por causa aos escândalos; porque é mister que venham os escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mt 18:7).

A semente humana deverá ser respeitada. Não é algo que se compre e venda para a realização de experiências genéticas. Não deverá ser usada de qualquer modo. Ve­jamos o caso de Onan em que Deus lhe tirou a vida (Gn 38:8-10).

Evidentemente que poderá fazer-se fertilização “in vitro” e inseminação artificial sem haver adultério clinico, se as sementes utilizadas perten­cerem ao marido e à esposa. Todavia, a minha opinião pessoal é a de que um casal cristão não deverá ser um vanguardista. nem cobaia, em questão de modas e sistemas que fracassam. E depois… é sempre muito mais fácil tro­car um tubo de ensaio no laboratório do que trocar uma criança na Maternidade! E esta última situação já ocor­reu algumas vezes!

“Aquele que profere o Nome de Cristo, aparte-se da Iniquidade”, diz a Bíblia. E não é suficiente ser crente, honesto e temente a Deus: é preciso também parecer que o é, para que os outros não blasfemem o Nome do Se­nhor por nossa causa Se não queremos obter saúde de qualquer modo, por princí­pios contrários à nossa fé, também não devemos obter um “filho” por processos dú­bios que ponham em causa a nossa reputação como serros de Deus.

Se não temos possibilidade de transmitir vida a um novo ser, por que não recorremos ao Senhor da Vida? Ele tem resolvido tantos casos deste que bem poderá resolver mais um”

AGOSTINHO SOARES

REVISTA: NOVAS DE ALEGRIAS – ABRIL 1994

 

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