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A Trindade Lógica e Bíblica

Por   /  1 de junho de 2025  /  Sem comentários

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É possível afirmar que a doutrina da Trindade pode ser tanto bíblica quanto logicamente defensável, desde que compreendida à luz da revelação e da natureza divina. Aqui está um resumo da argumentação encontrada nos arquivos:


1. Trindade como Doutrina Bíblica

A Bíblia apresenta um único Deus que subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isso é demonstrado por vários textos:

  • Unidade de Deus:
    • “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Deuteronômio 6:4).
    • “Eu sou o Senhor e fora de mim não há outro” (Isaías 45:5).
  • Três Pessoas são chamadas Deus:
    • O Pai é claramente reconhecido como Deus.
    • O Filho é chamado de Deus (João 1:1, João 20:28, Hebreus 1:8).
    • O Espírito Santo também é chamado de Deus (Atos 5:3-4) e possui atributos divinos como eternidade, onisciência, vontade própria e poder.
  • Textos trinitários explícitos:
    • Mateus 28:19 – “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
    • 2 Coríntios 13:14 – “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo…”.

2. Trindade como Lógica

Embora vá além da lógica humana, a Trindade não é ilógica ou contraditória. Segundo os textos:

  • A palavra “Trindade” não está na Bíblia, mas a realidade que ela descreve está. Assim como o termo “gravidade” não aparece na Bíblia, mas a força existe.
  • Deus é um em essência e três em pessoas, ou seja, não se afirma que Deus é “três em um” no mesmo sentido (o que seria contraditório), mas sim:
    • Uma essência divina;
    • Três pessoas co-eternas e co-iguais.

Isso é analogamente compreendido como uma “unidade composta”, evidenciada por palavras hebraicas como Elohim e echad (Gn 1:26; Dt 6:4), que permitem pluralidade dentro da unidade.


3. Trindade e Salvação

Sem Trindade, a salvação perde o sentido:

  • O Pai planeja a salvação, o Filho a executa na cruz, e o Espírito Santo aplica essa salvação ao crente (Ef 2.13-16; Rm 5.1-2).
  • Uma oferta sacrificial pressupõe um ofertante, um destinatário e um objeto da oferta. Se Jesus fosse o mesmo que o Pai, não faria sentido Ele oferecer algo a si mesmo.

4. Trindade e Amor

A Bíblia diz: “Deus é amor”. O amor requer relação. Antes da criação, como poderia Deus ser amor sem ninguém para amar?

  • Na Trindade, sempre houve amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo – um amor relacional eterno.
  • Sem a Trindade, Deus seria dependente da criação para expressar amor, o que é incompatível com Sua auto-suficiência.

5. Refutação de Heresias

Os textos analisam e refutam heresias como:

  • Sabelianismo (Modalismo) – a ideia de que Deus é um só que se manifesta em modos diferentes (Pai, Filho, Espírito). Isso contradiz passagens como o batismo de Jesus (Mt 3:16-17), onde as três pessoas aparecem simultaneamente.
  • Arianismo – que nega a divindade de Jesus, afirmando que Ele foi criado. Isso é refutado por textos que mostram Jesus sendo adorado (Hb 1:6), perdoando pecados (Mc 2:7), e compartilhando da glória de Deus (Jo 17:5; Is 42:8).

Conclusão

A doutrina da Trindade é:

  • Bíblica, porque é revelada nas Escrituras de forma progressiva, clara no Novo Testamento e implícita no Antigo;
  • Lógica, pois não se contradiz, embora ultrapasse nossa razão;
  • Essencial, porque sustenta a salvação, a oração, a comunhão divina e a natureza amorosa de Deus.

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