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AS DOUTRINAS DO JUDAÍSMO

Por   /  17 de novembro de 2022  /  Sem comentários

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  • PECADO

O judaísmo não enfatiza o pecado original, mas a virtude e retidão originais. Embora no judaísmo seja reconhecido que o homem comete atos e pecado, não há o senso de que o homem é totalmente depravado e indigno, segundo se vê na teologia cristã. No judaísmo, a expiação pelo pecado e obtida por meio da retidão pessoal, o que inclui o arrependimento, orações e boas obras. Não havendo, assim, necessidade de um Salvador.

Vejamos o que Trude Weiss Rosmarin disse:

“O judaísmo exalta ajustiça como um dos alicerces do Universo (p. 66).

A rejeição até mesmo dos mais antigos vestígios de mediação ou intermediação acabou por dar origem a um dos conceitos éticos mais sublimes: a certeza de que a redenção do pecado está totalmente em poder do pecador” (p. 71).

Resposta Apologética:

A Bíblia nos diz: Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram (Rm 5.12). Deixando-nos claro que herdamos a culpa, por causa do pecado de Adão. Disse Davi: Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe (SI 51.5). Deixando-nos claro que herdamos uma natureza pecaminosa.

A teoria de que a certeza que a redenção do pecado está em poder do pecador, dá base para a salvação através da justiça própria a partir das obras, o profeta Isaías nos diz: Mas nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia. e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidade como um vento nos arrebatam (Is 64.6). Como vimos, embora do ponto de vista do judaísmo, as pessoas possam ser capazes de fazer o bem, o profeta Isaías afirma que todas as nossas justiças, são como trapo da imundícia.

  • Unidade e Tri-unidade

Para os judeus, Deus é Pessoal, Todo-Poderoso, Eterno, Misericordioso. Mas não é a Trindade.

Para o incondicional monoteísmo judaico, a doutrina da Trindade é profundamente objetivei porque se trata de uma concessão ao politeísmo ou, de certa maneira, uma adulteração da ideia de um único indefinível e indivisível Deus.

Resposta Apologética:

Com poucas exceções, geralmente se acredita entre os judeus que os cristãos criem em três deuses diferentes. Essa impressão surgiu devido à fé cristã na Doutrina Bíblica da Trindade: crença num único Deus eternamente subsistente cm três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O objetivo desta matéria é mostrar que a Doutrina Bíblica da Trindade não deveria ser estranha aos judeus que conhecem e compreendem e creem nas Escrituras do Antigo Testamento, mas também faz parte tio contexto dos escritos de Moisés e dos profetas.

Uma das razões por que os judeus deixaram de estar familiarizados com a doutrina do Deus Trino se encontra nos ensinamentos de Moisés Maimônides. Ele compilou os artigos de fé do judaísmo, que os judeus aceitaram e incorporaram em sua liturgia. Um desses artigos é: Creio com perfeita fique o Criador (abençoado seja Seu nome) í um ter único (hebraico: yachid). Isso tem sido repetido diariamente pelos judeus cm suas orações, desde o século doze, a época em que viveu Moisés Maimônides. Essa expressão yachid – único é absolutamente oposta à Palavra de Deus, a qual ensina enfaticamente que Deus não é um Yachid, isto é, único no sentido de unidade absoluta e, sim, Achad, cuja significação é unido no sentido de unidade composta.

Em Deuteronômio 6.4, Deus apresentou a seu povo um princípio que certamente é superior ao de Moisés Maimônides, visto que é originário do próprio Deus. I xrmos nessa passagem: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. A palavra único no texto hebraico é achad – unido (unidade composta) e não yachid, conforme a interpretação de Moisés Maimônides.

Yachid – unido (unidade composta) e Achad – único (unidade absoluta).

Desejamos agora acompanhar essas duas palavras yachid e achad, em suas ocorrências no Antigo Testamento, verificando em que contexto e sentido são empregadas, a fim de nos certificarmos de seu verdadeiro significado.

Em Gênesis 1.13 lemos: … E foi a tarde e manhã, o dia primeiro. No texto hebraico primeiro é achad, o que subentende que a tarde e manhã ou ainda o dia e noite – duas coisas – são chamadas como se fossem uma só, mostrando assim claramente que o termo achad não significa único (unidade absoluta), mas sim unido (unidade composta). Novamente em Gênesis 2.24 lemos: Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne. Aqui também verificamos o uso da palavra achad, que fornece outra prova que significa unido (unidade composta), pois se refere a duas pessoas.

YACHID nas Sagradas Escrituras.

Vejamos, agora, onde a expressão yachid- único (unidade absoluta), pode ser encontrada. Em Gênesis 22.2, lemos: E disse, Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e… Aqui encontramos a palavra yachid. O mesmo termo é repetido no versículo 12 desse capítulo:… e não me negaste o teu filho, o teu único filho. No Salmo 25.16: Olha para mim, e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito, a palavra é outra vez aplicada a uma só pessoa, e também cm Jeremias 6.26,onde lemos:…pranteia como por um filho único. A palavra único é aqui expressa pelo hebraico yachid. Essa palavra aparece ainda com o mesmo significado cm Zacarias 12.10: …e olharão para mim, a quem traspassaram; e prateá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito… .

E assim concluímos que Moisés Maimônides, apesar de sua grande sabedoria e erudição, incorreu num sério erro ao prescrever para os judeus uma confissão de fé na qual é dito que Deus é yachid-único (unidade absoluta), afirmação essa absolutamente oposta a Palavra do Deus vivo, que declara que Deus é achad — unido (unidade composta). E os judeus, seguindo fielmente o chamado segundo Moisés, mais uma vez demonstram suas antigas tendências em interpretar a Palavra de Deus de maneira que lhes convém. O Espírito Santo declarou acerca deles por intermédio do profeta Jeremias, dizendo: …pois torceis as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exércitos, o vosso Deus (Jr 23.36).

 

  • A Crença Crista É Correta

Essa, pois, é a crença do verdadeiro cristão. Ele não tem três deuses, e, sim, um só Deus, de acordo com as Sagradas Escrituras, cm hebraico expresso pela palavra achad – unido (unidade composta). Um único Deus, eternamente subsistente em três pessoas, conforme veremos nas Escrituras que seguem:

No primeiro versículo da Bíblia, Deus é apresentado com o nome hebraico Elohim. Em Gn 1.1, o verbo está no singular (criou) e o sujeito no plural (Deus). Elohim é a forma plural de Eloab, mas o significado é o mesmo: Deus. Quando analisamos o contexto bíblico (Gn 1.26; 3.22; 11.7), podemos compreender a unidade composta de Deus na Trindade. Embora o nome Elohim por si só não prove a unidade composta, o contexto apoia a unidade composta de Deus: façamos… nossa (Gn 1.26-27); eis que o homem ê como um de nós (Gn 3.22); desçamos e confundamos (Gn 11.7).

 

  • O Que Diz o Sagrado Livro Judeu – “Zoar”

Certamente interessará ao leitor saber que o mais sagrado dos livros judaicos – o “Zoar”, faz o seguinte comentário de Deuteronômio 6.4: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (em hebraico: a palavra Senhor é YHWH). E o Zoar comenta: Qual a necessidade de mencionar o nome de Deus três vezes nesse versículo? Segue-se então a resposta: O primeiro YHWH – Senhor / ao Pai nos céus. O segundo é a raiz de Jessé, o Messias que deve sair da família de Jessé por meio de Davi. E o terceiro é o caminho na terra (significando o Espírito Santo, que nos mostra o caminho) e esses três são um.

Por conseguinte, cm conformidade com o “Zoar”, o Messias não somente é chamado de YHWH como também está cm união com o próprio YHWH Trino. Esse ensinamento do “Zoar” está baseado na Palavra de Deus falada por Jeremias 23.6, onde ao dar a promessa da segurança de Israel por intermédio do Messias, declara: …<r este terá o seu nome, com que será chamado: YHWH é a nossa Justiça.

A doutrina bíblica da Trindade c apresentada na Bíblia em muitos trechos.

Por exemplo, Gn 1.26: E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. O que significa o verbo (façamos) é o pronome (nossa), ambos no plural? Tentam afirmar que se trata de plurais majestáticos, forma de falar que um rei usaria ao dizer, por exemplo: Temos o prazer de atender-lhe o pedido. Mas no Antigo Testamento hebraico não se encontravam outros exemplos em que um monarca use verbos no plural ou pronomes plurais para referir-se a si mesmo nessa forma. A melhor explicação e que temos aqui uma indicação da pluralidade de pessoas no próprio Deus.

Também acontece em Gênesis 3.22: Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente; Gn 11.7.’ Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro, e Isaías 6.8: Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim (Repare a combinação de singular e plural).

Em certas passagens, duas pessoas distintas são denominadas Deus. Observe; Tu amas a justiça e odeia a impiedade; e por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros (SI 45.7). Observamos claramente por isso Deus, o teu Deus duas pessoas denominadas Deus, indicando assim um plural de pessoas. Importante observar, que no livro de Hebreus o autor cita esta passagem e a aplica a Cristo: Hebreus 1.8.

O ensinamento de Deuteronômio 6.4 é um sumário bem abreviado de um grande número de passagens espalhadas por toda a Bíblia com relação ao Deus Trino – único Deus eternamente subsistente em três pessoas. Por causa da fraqueza de nossos olhos, Deus não deixa que o sol apareça subitamente pela manhã, mas vai aparecendo gradualmente, a fim de não cegar-nos pelo súbito relampejar de luz tão gloriosa. Como exemplo, podemos citar a gloriosa manifestação da pessoa do Messias, o Filho da justiça, por uma apresentação repentina do mesmo nas Escrituras, mas foi desdobrando linha após Unha, apresentando-o gradualmente até que nossa compreensão ficasse bem preparada para entender a revelação em sua inteireza: Mas, vindo a plenitude dos tempos. Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (G1 4.4).

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LIVRO: SÉRIE APOLOGÉTICA – VOLUME VI

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