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Capoeira: Entre pernadas e possessões

Por   /  18 de março de 2023  /  Sem comentários

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Minha intenção em compilar este escopo é pelo fato da importância de dar o meu alerta sobre a Capoeira, que dominou muitos imaginários evangélicos! Usarei apenas textos técnicos e farei citação do doutorado do Professor Ricardo C Nascimento.

Capoeira: A palavra capoeira significa “o que foi mata“, por meio da conexão dos termos ka’a (“mata“) e pûer (“que foi”) – das matas e encruzilhadas! (todamateria.com.br). Hoje a capoeira é um jogo, dança ou luta secular, mas é preciso alertar os usuários, principalmente os cristãos, do perigo implícito nos gestos de uma arte que nasceu no seio das religiões africanas e no intuito de invocar espíritos ancestrais.

Diz o seguinte certo texto acadêmico: A capoeira possui na religiosidade um dos pilares de seu imaginário social. O berimbau e o atabaque emprestam seus atributos sagrados e são reverenciados na roda, seus cânticos narram causos e lendas de deuses e orixás, que, junto ao catolicismo, compõem o sincretismo de uma religiosidade peculiar às manifestações culturais dos africanos e seus descendentes no BrasilZé Pelintra tornou-se também patrono da capoeiragem, pois muitos dos exus de seu grupo teriam pertencido às rodas de malandragem da antiga Lapa, no Rio de Janeiro: Zé Malandro, Terno Branco, Camisa Preta, Carioquinha, Zé Pretinho, Gargalhada e Zé das Mulheres formam o mitológico do reino da malandragem… a capoeira reflete em suas práticas aspectos sagrados e ritualísticos presentes no universo da religiosidade.  (Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 10. n. 1)

Veja o depoimento desse pai de santo:  “Eu sempre gostei dessa energia da capoeira. Quando nós fizemos a nossa inauguração, houve todo o ritual religioso e depois, dentro do terreiro, houve o maculelê, a puxada de rede, o jogo da capoeira. Eu sempre gostei dessa ligação que a capoeira tem com a religião e a religião tem com a capoeira… Quem tá chegando na Umbanda, quem tá chegando na capoeira não sente tanta diferença. O que atrai muito o capoeirista é aquilo que vem da raiz que há do orixá em si, do seu filho, o guerreiro”. (Depoimento de Pai Cláudio, agosto, 2013).

CAPOEIRA E RELIGIÃO

Capoeira e algumas interfaces com a religiosidade – Olha o jogo, a mandinga e oração, capoeira é religião… Sabe-se que a capoeira sobreviveu mantendo em sua composição aspectos característicos do sincretismo religioso brasileiro, composto por valores indígenas, africanos e portugueses. Alguns nomes dos seus golpes foram emprestados do catolicismo, como benção e cruz, outros extraídos da umbanda, xangô e encruzilhada. Alguns toques executados pelo berimbau possuem o nome de santos católicos: são Bento grande, são Bento pequeno e santa Maria, e existem ainda cantigas que louvam os orixás, santos e outros iluminados, imprimindo aspectos da religiosidade ao jogo… Para muitos, a capoeira tem sentido religioso fazendo a ponte entre o orun7 e o aiê8 através do ritual da roda. Encontramos esse sentido fortemente presente nas palavras de Mestre Touro (1989), em entrevista ao jornal O Globo: “a capoeira é uma forma de entrar em comunhão com Deus. Quando a gente está lutando é como se não houvesse mais nada ao nosso redor, apenas o universo. Há uma interação muito grande entre nós e a consciência cósmica”. (Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, Vol 10)

“Os grupos de capoeira muitas vezes levam o nome de santos católicos ou orixás da umbanda e candomblé, como Irmãos Unidos de São Jorge, Capoarte de Obaluaê, São Bento Pequeno, Inaiê de Iaoca, entre outros que figuram no universo da capoeira. Em alguns grupos podemos encontrar no ritual, pontos e códigos próprios de cultos religiosos afro-brasileiros”. (Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, Vol 10)

Ainda na perspectiva da religiosidade das rodas de capoeira, Silva (2003, p. 93) admite a possibilidade de elas serem consideradas religião para seus adeptos, pois segundo o autor “poderíamos pensar que a capoeira é exclusivamente ligada a um culto próprio, tornando-se assim uma religião ou seita exclusiva dos capoeiristas”. Existem cantigas que reforçam a ideia de religião, perpassando alguns de seus preceitos através de suas letras”. (Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, Vol 10)

A relação entre as religiões afro-brasileiras e a capoeira tem sua relevância histórica no Brasil, seja nas pertenças e trocas entre os seus adeptos, ou mesmo na formação da capoeira como prática cultural secular que foi estruturada a partir de elementos performáticos e cosmológicos das religiões afro no Brasil”. (periodicos.uff.br)

CAPOEIRA E INCORPORAÇÃO

Os terreiros, as rodas de capoeira e templos de culto afro-brasileiro… que fazem circular entidades africanas e personagens subalternos… Nas falas dos capoeiristas, o Axé surge como uma energia circular e complementar entre capoeira e umbanda, uma forma de reestabelecimento vital que se faz no âmbito de uma corrente, que pode ser representada territorialmente por uma gira ou uma roda de capoeira.”. (periodicos.uff.br)

 “Não é raro, nas rodas de capoeira, imperar o tempo do axé que para a cultura nagô significa a força invisível, a força mágico-sagrada, de toda divindade, de todo ser animado, de todas as coisas (rego, 1968). Para os capoeiristas, esse axé aparece como o sentido de energia positiva que anima e contagia o jogo de capoeira (lima, 2005)”. (Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, Vol 10).

O ZÉ PILINTRA

“Berimbau tocou ouvi. O tambor bateu desci. Falaram meu nome, por isso que eu vim. E a minha navalha tá na minha cinta. Se quer saber meu nome eu sou Zé Pilintra” – Música de Mestre Batata e Mestre Chapão. (periodicos.uff.br)

Zé Pelintra tornou-se também patrono da capoeiragem, pois muitos dos exus de seu grupo teriam pertencido às rodas de malandragem da antiga Lapa, no Rio de Janeiro: Zé Malandro, Terno Branco, Camisa Preta, Carioquinha, Zé Pretinho, Gargalhada e Zé das Mulheres formam o mitológico do reino da malandragem… a capoeira reflete em suas práticas aspectos sagrados e ritualísticos presentes no universo da religiosidade”. (Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 10. n. 1)

“Seu Zé Pilintra, o malandro, o Exú boemio, bebedor de cerveja e fumante de charuto, que na gira de esquerda aparece com as tranca-ruas e pombas giras, é o arquétipo de identificação dos capoeiristas que o respeitam e admiram, considerando-se também, em parte, um deles. É ele quem traz o Axé para o terreiro, com a sua graça, simpatia e jeito maneiroso no agir. Esse mesmo Axé também se busca na roda com a animação, envolvimento e construção do ritual que envolve os berimbaus, as palmas, os cantos e atabaques… que também se conecta aos comportamentos e trejeitos dos capoeiristas”. (periodicos.uff.br)

DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A relação das religiões afro-brasileiras e a capoeira foi registrada no passado por muitos pesquisadores, tais como Ruth Landes (2002), Edson Carneiro (1975) e Waldeloir Rego (1968). Coincidência ou não, a mesma relação tem também sido objeto de constatação de pesquisadores, que, ao estudar os fenômenos transnacionais das religiões afro-brasileiras, se dão conta da intimidade dessas práticas nas trocas mútuas e na busca por legitimidade e espaço nos mercados religioso e cultural. Não obstante, não se trata de um fenômeno de massa que conflua quantidades significativas de capoeiristas aos templos religiosos ou adeptos da religião aos grupos de capoeira, mas é reveladora de nuances e particularidades merecedoras de atenção. Uma delas é a circularidade dessas relações reeditadas no campo transnacional e o fato de que ambas, em diferentes períodos e locais, foram capazes de se reencontrar e concertar estratégias comuns de entreajuda. Tal como no caso alemão, relatado por Celso Brito (2016) e Joana Bahia (2018), também em Portugal, líderes importantes da comunidade capoeirística local, como o Mestre Chapão, foram capazes de dialogar com as lideranças religiosas, caso do Pai Cláudio de Oxalá, e elaborar discursos simbólicos de proximidade e estratagemas de cooperação. ((periodicos.uff.br)

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ACONSELHAMENTO BÍBLICO

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” 2 Co 6.14;

“Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz… E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” Ef 5.8,11;

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.” Cl 1.13;

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 1Pe 2.9;

“Não imitem os costumes dos povos que eu vou expulsar dali, conforme vocês forem tomando posse da terra. Eu fiquei aborrecido com eles por causa das coisas imorais que faziam.” Lv 20.23.

Não se deixe levar por vãs filosofias e toda sorte de doutrinas; seja fiel, santo, puro e cheio do Espírito Santo, assim, de tua vida fluirá um rio de água viva!

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