A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, ou seja, que Deus criou cada criatura “conforme a sua espécie” (Gn 1.24). Isto quer dizer que cada criatura, seja o homem ou os animais, foi criada como o conhecemos hoje.
A TEORIA EVOLUCIONISTA QUANTO À CRIAÇÃO
No decorrer dos séculos, mais principalmente no século atual, muitas vãs filosofias, falsos ensinos e teorias têm procurado lançar dúvida sobre o relato bíblico da criação. Entre essas teorias destaca-se a da evolução, concebida e largamente difundida pelo naturalista inglês Charles Darwin, que viveu entre 1809 e 1889. Não obstante Darwin, antes de morrer, tenha abandonado essa teoria por ele pregada ao longo da sua vida, ainda hoje ela é muito aceita e disseminada principalmente nos círculos universitários.
Quanto a origem do homem. A teoria evolucionista tem como ponto de partida a afirmação de que o homem e os animais em geral procedem de um mesmo tronco, e que hoje homem e animais são um somatório de mutações sofridas no decorrer dos milênios. Em suma: o homem de hoje não era homem no princípio. Desse conceito surgiu o ensino estúpido de que o homem de hoje é um macaco em estágio mais desenvolvido.
A Bíblia nega a teoria evolucionista. E bom lembrar que quando tratamos da evolução, estamos lidando com uma teoria, com suposições, e não com uma ciência que lida com dados e fatos concretos que possam ser provados. Se você ler um compêndio sobre evolução, há de encontrar com muita frequência chavões tais como: “crê-se que…”, “admite-se que…”, “talvez…”, “possivelmente…”, “mais ou menos…”, etc.
À luz da revelação divina através da Bíblia, o homem já foi formado homem. O chamado “Homem de Neanderthal”, ou o “Homem de Heidelberg”, não têm em si nenhum elemento, por menor que seja, capaz de provar que o homem no princípio tivesse as características de um macaco encurvado.
A UNIDADE DA RAÇA HUMANA
O ensino bíblico a partir do primeiro capítulo de Gênesis, é que a raça humana descende de um só casal, Adão e Eva (Gn 1.28). A narrativa subsequente a este capítulo, mostra claramente que as gerações que surgiram até o dilúvio permaneceram em contínua relação genética com o primeiro casal, de maneira que a raça humana constitui não somente uma unidade específica, uma unidade no sentido em que todos os homens participam da mesma natureza, mas também uma unidade genética e genealógica. Este fato é cristalino em Atos 17.26.
Argumento teológico. Romanos 5.12,19 e 1 Coríntios 15.21,22 indica a unidade orgânica da raça humana, tanto em relação com a primeira transgressão como em relação com a provisão de Deus para a salvação da raça humana na pessoa de Jesus Cristo.
Argumento histórico. As tradições mais antigas da raça humana. apontam decididamente para o fato de que os homens tiveram uma origem comum. A história das migrações do homem tendem a demonstrar que tem havido uma distribuição de populações primitivas partindo de um só centro, isto é, de um mesmo lugar.
Argumento Biológico. Os estudos feitos em torno das línguas da humanidade, indicam que elas tiveram origem comum. Por exemplo, as línguas indo-germânicas encontram sua origem em uma língua primitivamente comum, da qual existem relíquias na língua sânscrita. Também há evidências que demonstram que o antigo Egito é o elo de união entre as línguas indo-europeias e as semíticas.
Argumento da psicologia. A alma é a parte mais importante da natureza constitutiva do homem, e a psicologia revela claramente o fato de que as almas dos homens, sem distinção de tribo e nação a que pertençam, são essencialmente as mesmas. Possuem em comum os mesmos apetites, instintos e paixões; as mesmas tendências, e sobretudo, as mesmas qualidades, as mesmas características que só existem no homem.
Argumento da ciência natural. Os mestres de filosofia comparativa formulam juízo comum quanto ao fato de que a raça humana se constitui numa só espécie, e que as diferenças entre as diversas famílias da humanidade, são consideradas como variedades de uma espécie original. A ciência não afirma categoricamente que a raça humana procedeu de um só casal, mas a Palavra de Deus afirma isso com toda clareza em At 17.26.
A formação das nações
Das gerações anteriores ao dilúvio, somente Noé, sua esposa, seus filhos Sem. Cão e .Jafé e respectivas esposas escaparam, e, encabeçaram as gerações pós-diluvianas.
- Dos seus cinco filhos procederam os caldeus, que povoaram a região marginal do Golfo Pérsico, parte sul e sudeste da Península Arábica, uma província ao oriente do Rio Tigre e ao norte do Golfo Pérsico, a Assíria às margens do Rio Tigre, sudoeste da Ásia Menor, a Síria, o território ao lado do Lago de Meron ao norte da Galiléia.
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- Cão. Seus descendentes povoaram as terras da África, da Arábia Oriental, da costa oriental do Mar Mediterrâneo, e do grande vale dos rios Tigre e Eufrates. Existe uma opinião de que alguns dos descendentes de Cão migraram para a China e que de lá passaram para as Américas através do Estreito de Béringue e do Alasca.
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- Jafé. Dele descenderam as raças arianas ou indo-europeias, os italianos, franceses, espanhóis, formando assim o povo latino. Seus descendentes povoaram também a índia, Pérsia, Iugoslávia e a Áustria. Dele descendem ainda os celtas, os alemães e os eslavos que emigraram para as Ilhas Britânicas, Gales, Escócia e Irlanda. Algumas das tribos germânicas emigraram para a Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha Ocidental, Bélgica e Suíça.
O HOMEM FOI CRIADO (Gn 1.26,27; 2.7)
A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem, harmônicos entre si. Ambos estão em Gênesis 1.26,27 e 2.7. Partindo destes textos e de todo o contexto que trata da obra da criação, conclui-se que:
A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino. Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o decreto divino quanto a essa criação, nas seguintes palavras: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança…” (Gn 1.26).
A criação do homem é um ato imediato de Deus. Algumas das expressões usadas no relato da criação do homem, mostram que ela aconteceu de uma forma imediata, ao contrário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas da criação em geral. Por exemplo, leia Gênesis 1.11,20 comparando com Gênesis 1.27.
O homem foi criado segundo um tipo divino. Com respeito aos demais seres vivos, lemos que Deus os criou “segundo a sua espécie”. Isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies. O homem não foi criado assim. Note que Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança…” (Gn 1.26).
Os elementos da natureza humana se distinguem. Em Gênesis 2.7, vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma, elemento espiritual do homem. () corpo foi formado do pó da terra, material preexistente. Na criação da alma, no entanto, não foi necessário o uso de material preexistente, mas sim a formação duma nova substância. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova criação de Deus. A Bíblia diz que Deus soprou nas narinas do homem, e “o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7).
- espírito do homem. O espírito é o âmago e a fonte da vida humana, enquanto que a alma possui essa vida e lha dá expressão por meio do corpo. Assim a alma é o espirito encarnado. A alma sobrevive à morte porque o espírito a dota de capacidade; por isso alma e espírito são inseparáveis.
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- A alma do homem. A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele (Ap 6.9).
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- O corpo do homem. Dos três elementos que formam o ser humano, o corpo é aquele sobre o qual a Bíblia menos fala. Contudo, à luz daquilo que a Bíblia apresenta, o que se sabe é que o corpo humano é o instrumento, o tabernáculo, a oficina do espirito (2 Co 5.1-4; 1 Co 6.19). Ele é o meio pelo qual o espirito se manifesta e age no mundo visível e material. corpo é o órgão dos sentidos e o laço que une o espírito ao universo material.
O HOMEM, IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS (Gn 1.26,27)
Um dos ensinos cardeais da Bíblia é que o homem foi criado à imagem e à semelhança de Deus, para amá-lo, obedecê-lo e segui-lo. Vestígios desta verdade se encontram nos escritos de grandes vultos até mesmo da literatura gentílica.
Homem – uma definição. “Homem” vem do latim homo, palavra que segundo opinião de alguns filósofos vem de “humus” = terra. No hebraico, língua original do Antigo Testamento, adam, nome dado ao primeiro homem, Adão, é traduzido por “aquele que tirou sua vida da adamah”, da terra.
O homem, imagem de Deus. O termo “imagem de Deus” relacionado ao homem, fala da indelével constituição do homem como um ser racional, e como um ser moralmente responsável. A imagem natural de Deus gravada no homem consiste dos seguintes elementos: o poder de movimento próprio, o entendimento, a vontade e a liberdade. Neste particular está a diferença marcante entre o homem e os animais irracionais.
O primeiro ponto que serve de distinção entre o homem, como imagem de Deus, e os animais irracionais, é a consciência própria. Das criaturas terrenas, só o homem tem o dom de fixar em si mesmo o pensamento, e isto o faz consciente da sua própria personalidade. A faculdade que ele tem de proferir o pronome EU abre um abismo intransponível entre ele e os animais irracionais. Nenhum animal jamais pronunciou EU, e a razão é que eles não têm consciência própria.
O homem, semelhança de Deus. Intelectualmente, o homem se assemelha a Deus, porque, se não houvesse essa conformidade mental, seria impossível a comunicação de um com o outro, e o homem não poderia receber a revelação de Deus. Esta semelhança está grandemente prejudicada por causa do pecado. O simples fato de Deus se manifestar ao homem, prova que o homem pode receber e compreender esta manifestação. “Assim sendo, a semelhança natural entre Deus e o homem perdura sempre, porque o homem não poderá jamais deixar de ser uma pessoa como Deus o é”. (B. Langston).
Há ainda a semelhança moral, já que assim foi o homem criado por Deus. Essa semelhança consiste nas qualidades morais que faziam e ainda hoje fazem parte do caráter de Deus. Eclesiastes 7.29 diz que “Deus fez o homem reto…” Isto quer dizer que o homem foi criado bom e dotado de relativa justiça. Todas as suas tendências eram boas. Todos os sentimentos do seu coração inclinavam-se para Deus, e nisto consistia a sua semelhança moral com o Criador. Devido ao pecado, a semelhança moral entre Deus e o homem enfraqueceu mais e mais. Por isto Cristo morreu, com o propósito de restaurar esta semelhança entre o homem e Deus, o que começa a partir da conversão.
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LIÇÕES BÍBLICAS – CPAD – 1986