O termo judaísmo deriva-se da palavra Judd. Para todos os propósitos práticos, pois Judá tornou-se a nação de Israel. E então os termos judeu e israelita tornaram-se intercambiáveis. Isto posto, o termo judaísmo veio a designar tudo quanto diz respeito a Israel. A história judaica, a sociedade judaica, a sua forma especifica de governo (teocracia), e as crenças e costumes religiosos fazem parte do que se chama judaísmo. Dentro do próprio judaísmo desenvolveu-se todo um conjunto de ideias filosóficas, embora o judaísmo não fosse especificamente, uma filosofia.
Com um grupo de fiéis espalhados pelo mundo rodo e sempre na berlinda de movimentos históricos dramáticos, o judaísmo é berço das mais importantes tradições religiosas: Cristianismo e o Islamismo. Pela primeira vez na História revela-se e constitui seu próprio povo, falando com ele por intermédio de líderes c profetas, cujas palavras ecoam vivas c atuais. Cinco deles têm importância fundamental: Abraão, que obedeceu à ordem de deixar tudo e partir para a terra Prometida: ora, o Senhor disse a Abraão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei (Gênesis 12.1), tomando-se assim Pai do povo escolhido; os patriarcas Isaac e Jacó (este pai das 12 tribos de Israel); Moisés, instrumento da aliança feita no monte Sinai, que introduziu a lei, e Davi.
AS ORIGENS DO JUDAÍSMO
Historicamente, o judaísmo veio à existência quando foi firmado o pacto abraâmico. Desde o começo o judaísmo foi uma religião revelada e não uma religião natural ou filosófica.
Acredita-se ser descendente de uma tribo que viveu cm Canal, englobando atualmente a maior parte de Israel, Jordânia e Síria. Os judeus creem ser descendentes de Abraão ao qual Deus fez uma aliança e prometeu-lhe uma terra da qual jorrasse leite e mel. Embora os judeus jamais tenham sido, em todo registro histórico, os únicos donos do território, a terra permanece crucial para sua autorrepresentação.
A partir do chamado de Abraão, para ser o pai de uma nação particular, (a Palestina), a qual constituíra a Terra Prometida, Deus revelou uma mensagem na História que se destinava a tomar-se aplicável universalmente a todas as nações e todos os povos.
Vemos em Deuteronômio 26.5 que a nação de Israel formada pelo povo judeu veio a ser grande e poderosa. Então testificarás perante o Senhor teu Deus, e dirás: Arameu, prestes a perecer, foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente, porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa, e numerosa.
Cumprindo-se assim a promessa de Deus a Abraão (Gênesis 12.1). na origem do judaísmo, de que dele sairia uma grande nação.
UM POVO MONOTEÍSTA
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor (Deuteronômio 6.4).
É bem provável que o clã que se tomou no povo israelita foi subindo do politeísmo para o henoteísmo, e daí para o monoteísmo veio a ser o conceito central do judaísmo. Não há Deus fora de Yahweh.
Através da História, os judeus resistiram, muitas vezes com suas próprias vidas, à diluição ou modificação desta ideia sublime. Nós, cristãos, nos consideramos monoteístas, mas aos olhos deles somos considerados politeístas, pois apreciamos e cremos na trindade.
Monoteísmo autentico e inflexível é uma proposta profundamente enraizada e evidente por si mesma para os judeus.
Sendo a pureza do monoteísmo judaico um selo de autenticidade de fé, o judaísmo se recusa a adorar a Jesus, não somente devido ao seu repúdio ã doutrina da encarnação, mas também devido à sua resistência, desafiadora a toda e qualquer tentativa de atribuir qualidades e honras divinas a meros mortais.
A IMPORTÂNCIA CRUCIAL DA LEI
Os judeus são muitas vezes descritos como o povo do livro, porque baseiam suas vidas pela revelação de Deus na Torá. A Torá são os cinco livros da Bíblia conhecidos como Pentateuco, que além da história contêm 613 mandamentos (ou obrigações). Nos livros encontram-se, leis, rituais, regras de higiene e leis morais. Para os judeus, as leis fazem parte de uma revelação de aliança com Deus. Como seu povo escolhido, eles devem observá-las integralmente.
São bem interessantes os capítulos da moral judaica referentes à família, ao matrimônio, ao papel da mulher na sociedade. O que, porém, se distinguem na moral judaica são a sede c fome de justiça que satisfaçam as exigências dos homens.
A lei mosaica predominava em Israel. Para tanto, havia necessidade de uma estrutura eclesiástica. No começo Moisés foi o supremo legislador. Aarão, seu irmão, foi nomeado sumo sacerdote. O judaísmo posterior passou a formar o ofício formal dos rabinos. Eis algumas de suas funções:
Rabinos – Eram juízes civis e mestres religiosos, ao mesmo tempo.
Sinédrio – Estavam acima dos rabinos, formavam o corpo governante máximo do judaísmo, bem atuante na época do surgimento do Cristianismo e possuíam autoridade tanto civil quanto religiosa.
Sumo Sacerdote – Era tanto o chefe do Estado quanto o chefe religioso.
Estribas – Trabalhavam com os textos bíblicos, copiando-os e fixando a forma da lei e das Sagradas Escrituras, além de também serem os mestres populares.
Finalmente surgiram partidos, como o dos fariseus e dos saduceus, que lutavam pela hegemonia no tocante à liderança civil e religiosa, e cujas ideias religiosas e filosóficas por muitas vezes entraram em choque. Nesse conflito, os fariseus, finalmente, levaram a melhor, pois o judaísmo moderno é apenas uma versão do farisaísmo.
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LIVRO: SÉRIE APOLOGÉTICA – VOLUME VI, ICP EDITORA