ONDE ESTIVER DOIS OU TRÊS
I – Introdução:
Texto de Mateus 18:20 “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”.
Quantas vezes nós já ouvimos nos cultos quando tem um pouquinho de irmãos (Pedro, Tiago e João) o Pastor dizer, meus irmãos não precisarmos de uma grande multidão para que Deus se faça presente em nosso meio. Porque Jesus disse: — onde estiver dois ou três reunidos em Meu nome, ali Eu estou no meio deles.
Ou em um Grupo de Estudo quando falamos do atributo da Onipresença de Deus (Deus está aqui, está lá no Japão, nos Estados Unidos, na Europa e em todo lugar) porque — onde estiver dois ou três reunidos em meu nome, ali Eu estou no meio deles.
II- Resposta Apologética:
A análise hermenêutica exegética de Mateus 18:15-20 constituí um “processo disciplinar” que aborda as instruções de Jesus sobre como tratar com conflitos e pecados entre irmãos dentro da Igreja de Cristo, enfatizando a importância da “disciplina” e do “perdão”.
► Exegese de Cada Versículo (Mateus 18:15-20)
Epigrafe— O perdão do pecado de um irmão
📖 Mateus 18:15 “Se o teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o a sós. Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão”.
- Interpretação: Jesus instrui a abordar o irmão que pecou de forma privada, buscando a reconciliação pessoal. O objetivo é restaurar a relação sem envolver terceiros, mostrando respeito e buscando entendimento mútuo.
📖 Mateus 18:16 “Porém, se ele não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pelo depoimento de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada”.
- Interpretação: Se a repreensão privada falhar, deve-se envolver um ou dois testemunhas (testemunhas) para estabelecer a verdade e dar suporte à correção. Isso promove transparência e evita mal-entendidos, seguindo o princípio bíblico de que “uma só testemunha não levanta contenda” (Tiago 5:12).
📖 Mateus 18:17 “E, se ele não os ouvir, digam à igreja; e, se ele também não ouvir a igreja, considera-o como um gentio e publicano”.
- Interpretação: Caso a pessoa não responda mesmo após a intervenção da igreja, ela deve ser tratada como alguém de fora da Igreja (gentio e publicano). Isso não necessariamente implica exclusão definitiva, mas destaca a gravidade da resistência à correção e à Comunidade cristã.
📖 Mateus 18:18“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu”.
- Interpretação: Jesus confere autoridade à Igreja para exercer disciplina (ligar/desligar), com o respaldo divino. “Ligar” pode significar perdoar ou autorizar, enquanto “desligar” pode significar censurar ou excluir. A autoridade da igreja está alinhada com a Autoridade celestial.
📖 Mateus 18:19“Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus”.
- Interpretação: A importância da concordância e oração comunitária é destacada. Quando dois ou mais concordam em propósito e oração, Deus responde favoravelmente. Isso reforça a importância da unidade e da comunhão na vida de fé.
📖 Mateus 18:20“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”.
- Interpretação: A presença de Jesus é assegurada na comunidade quando há reunião em Seu nome. Isso enfatiza a importância da congregação e da comunhão dos crentes, independentemente do número.
- Desligamento no Céu.
O “desligamento no céu” refere-se às consequências espirituais de não seguir os princípios de disciplina estabelecidos. Quando a Igreja “desliga” alguém que se recusa a se arrepender e a se reconciliar, está essencialmente manifestando que essa pessoa está afastada da comunhão e proteção espiritual da Igreja.
Esse desligamento reflete uma rejeição à participação plena na vida comunitária e aos benefícios espirituais que dela emanam.
- Desligamento na Terra:
Se mesmo assim ele não ouvir os irmãos, leve o caso a Igreja (comitiva disciplinar), se recusar ouvir a Igreja, considere-o como um gentio (não cristão).
O desligamento representa uma separação espiritual e relacional com Corpo de Cristo.
- “Estou no meio deles”:
A expressão “estou no meio deles” em Mateus 18:20 indica a presença de Jesus entre os crentes durante o processo da disciplina. Um julgamento justo ocorre quando é realizado de acordo com os princípios de amor, verdade, humildade e buscando a restauração.
O julgamento justo envolve:
- Processo ordenado: Seguir os passos estabelecidos em Mateus 18:15-17.
- Objetividade: Basear-se em testemunhas e fatos, evitando julgamentos precipitados.
- Busca pela reconciliação: O objetivo é restaurar, não condenar.
- Presença de testemunhas: Como em Mateus 18:16, onde a presença de outras pessoas ajuda a manter a justiça.
- Presença de Dois ou Três para a manifestação de Jesus.
O “processo disciplinar” da Igreja, exige “dois ou três”. Isso sugere que a presença de Jesus se manifesta quando duas ou três pessoas se reúnem em Seu nome quando é tratado um julgamento justo contra um pecador, o próprio Cristo estará no meio deles.
- Resumo Geral:
O contexto de Mateus 18:15-20 estabelece um protocolo para a “disciplina” e “reconciliação” dentro da Comunidade Cristã. Jesus orienta a abordagem gradual para lidar com pecados e conflitos. Como segue abaixo:
- Repreensão Privada: Abordar o irmão individualmente.
- Testemunhas: Envolver um ou dois para confirmar e apoiar a repreensão.
- Eclésia: Levar o caso à Igreja se a resistência persistir.
- Disciplina exclusão: Considerar a pessoa como “gentio” se a rejeição continuar.
Além disso, Jesus confere Autoridade à comunidade para exercer disciplina com respaldo celestial (“ligar e desligar”), enfatiza a importância da oração comunitária e assegura Sua presença nas reuniões, mesmo em pequenos grupos.
O objetivo final é a restauração, a comunhão e a manifestação do Reino de Deus na vida cotidiana dos crentes.
Essa passagem destaca princípios fundamentais de justiça, misericórdia, e a importância da Igreja na jornada de fé, sublinhando que o perdão e a disciplina devem ser manejados com amor e busca pela reconciliação, refletindo o caráter redentor de Cristo.
III – Para concluir:
- Não podemos negar o atributo da ONIPRESENÇA de Jesus, mas o texto de Mateus 18:20, nada tem a ver com uma “reunião de estudo bíblico” ou “culto com poucas pessoas”, Trata-se de uma questão de disciplina na igreja.
- E se no culto não houver dois? e se houver apenas uma pessoa orando sozinha? Isso significa que Jesus não está lá?
Aut. Diácono Sérgio Baeta